Hoje vimos abordar um assunto diferente vamos contar um conto infantil bastante conhecido chamado a rainha abelha e mostrar de que forma pode ser analisado de acordo com a psicanálise. Freud foi um dos psicanalistas mais conhecidos e defendia que o inconsciente era aquilo que influenciava realmente os comportamentos do ser humano.
Este conto relata a história de dois filhos mais velhos de um rei que decidem abandonar a sua casa e partir para a descoberta do mundo. O terceiro filho do rei parte em busca dos dois irmãos mais velhos e acaba por encontrá-los.
Assim, os três irmãos estando em descoberta do mundo num dos seus passeios chegam a um formigueiro. O mais velho diz que deseja destruir o formigueiro para usufruir da tragédia das formigas aqui é possível ver claramente o princípio do prazer que consiste na satisfação imediata dos desejos e pulsões sem ter em conta se são imorais ou irracionais daí ser possível identificar no irmão mais velho a presença do ID que surge na nascença de cada ser humano e que se rege exatamente por este princípio. O irmão mais novo, Simplório pede ao irmão que não o faça pois irá maltratar os animais é possível assim identificar o superego neste irmão na medida em que este pretende adotar o comportamento que é moralmente aceite, ou seja, pretende fazer o bem, age de acordo com as normas.
De seguida, chegam a um largo onde os patos se encontram a nadar, desta vez os dois irmãos mais velhos pretendem agarrar nos patos e assá-los representando mais uma vez o princípio do prazer, ou seja, apenas pensam no seu prazer do momento sem pensar na moralidade do seu comportamento representado o id e mais uma vez surge o superego a educar o id dizendo que isso não é aceitável através do irmão mais novo.
Por fim, a história repete-se mas desta vez com uma colmeia de abelhas em que os dois irmãos mais velhos representando o princípio do prazer, ou seja, o id e assim desejam queimar a árvore que sustenta a colmeia para ficarem com o mel e mais uma vez o irmão mais novo, Simplório, representando o superego ordena que não o façam dizendo que os animais não devem ser perturbados nem mortos.
De seguida, os três irmãos chegam a um castelo, onde foi colocada uma maldição, tudo e todos foram transformados em pedra, com exceção de um anão que alimenta e aposenta os três irmãos. Na manhã seguinte dá um desafio ao irmão mais velho, este deve cumprir 3 tarefas de modo a quebrar a maldição, mas se não for capaz tornar-se-á também em pedra. O mais velho falha a missão, e o irmão do meio também, a missão fica então para Simplório e este pensa não a conseguir realizar, no entanto as formigas que ele salvou no passado ajudam-no a cumprir a primeira tarefa entregando-lhe as 5 mil pérolas, de seguida os patos que salvou ajudam a cumprir a segunda tarefa retirando a chave da princesa do largo e por fim a rainha da colmeia que foi salva pelo irmão mais novo ajuda na última tarefa, identificando a princesa mais nova e mais meiga entre três que parecem iguais.
Assim, Simplório quebra a maldição e casa-se com a princesa mais nova.
Deste modo, vemos no irmão mais novo o ego e o superego, no entanto para ter equilíbrio necessita do ID, este é representado pelos animais (que se regem por leis da natureza), assim, percebemos que a maldição só é quebrada tendo os três elementos a trabalhar em conjunto, explicando assim o porquê dos irmãos falharem a missão, pois estes regiam-se somente pelo ID, não estando abertos a um desenvolvimento da sua personalidade.
Paralelamente, os animais do conto representam três elementos, terra (formigas), água (patos) e o ar (abelhas), mostrando através desta metáfora que também a natureza só funciona com os elementos em sintonia.
Em suma, percebemos que o irmão mais novo teve de conciliar o ID, ego e superego de modo a encontrar o seu destino e o seu propósito na vida, ilustrando assim a teoria Freudiana de que o ser humano só se encontra em equilíbrio se estes três elementos do inconsciente funcionarem em harmonia.
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